A maior parte dos ensinamentos religiosos fala sobre compaixão, generosidade e sentimentos desse tipo.
Mas, na prática, talvez os religiosos não tenham compreendido tão bem o sentido dessas palavras. Pelo menos é o que indica uma pesquisa da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
Segundo o estudo liderado por diversos especialistas, aquelas pessoas que são ateias têm mais tendência a serem generosas e apresentarem esse tipo de característica em relação aos religiosos. O experimento envolveu mais de mil crianças de diversas religiões e nacionalidades, com idades de 5 a 12 anos.
A pesquisa foi feita de maneira teoricamente bastante simples: eram 30 cartas coloridas entregues às crianças, que deveriam escolher suas dez favoritas. As cartas em questão seriam utilizadas posteriormente em um jogo que indicou as tendências explícitas pelo estudo.
As cartas não possuíam qualquer distinção entre elas que não fosse a cor. Sua utilidade era vista apenas após a separação das crianças. Após serem avisadas de que apenas algumas delas participariam do jogo, os pesquisadores mediram o grau de generosidade através do número de cartas cedidas para que as crianças sem cartas pudessem jogar.
E, de acordo com os especialistas, notou-se que as crianças criadas em lares ateus eram as mais generosas. Psiquiatra e condutor do estudo, Jean Decety crê que isso se explica por contra da licença moral dessas crianças. Segundo ele, crianças podem acreditar que, por estarem em um meio religioso, já são vistas como altruístas. Por isso, se agarram à religião para justificar ações egoístas.