5 táticas de abuso emocional que muitas vezes passam despercebidas

O abuso não é apenas físico, mas também emocional, mental e verbal. No entanto, embora a violência física seja óbvia, outros tipos de abuso são mais sutis e difíceis de detectar, mesmo para a pessoa que está sendo submetida.

Além disso, o principal problema é que o abuso emocional costuma ser cometido por uma pessoa próxima, a quem amamos e de quem não esperamos tal comportamento. Portanto, quando o percebemos, é porque já estamos enredados na teia de aranha que ela construiu ao nosso redor.


Técnicas usadas por parceiros que abusam emocionalmente

Tudo geralmente começa com um comentário casual sobre um assunto sem importância, como a cor das cortinas, a louça para lavar ou levar o carro ao mecânico. Essa pessoa cuidará de tirar a situação do contexto e, ao invés de apenas apontar um fato, fará uma acusação para fazer o outro se sentir mal.

Obviamente, quando alguém se sente acusado, o mais comum é que tente se defender apresentando seus motivos. No entanto, não vai ajudar porque o agressor não finge entender ou resolver o problema, ele só quer atacar. Na realidade, seu objetivo não é fazer com que a outra pessoa lave a louça ou leve o carro ao mecânico, isso é apenas uma desculpa para iniciar o jogo de manipulação e liberar sua raiva.

Fantoches nas mãos de outros: as técnicas de manipulação mais prejudiciais

1. Iluminação a gás. O termo vem da peça "Gas Light", em que o protagonista tentava convencer a esposa de que era louco, manipulando diversos objetos em seu ambiente e insistindo que estava errado quando ela apontou essas variações. 

Na prática, essa pessoa se dedica a apresentar informações falsas, para nos fazer duvidar de nossa memória e percepção e, em última instância, até de nossa sanidade. O agressor geralmente começa negando que certos eventos ocorreram, até encenar situações estranhas que desorientam sua vítima. Desse modo, acabamos duvidando até mesmo do que dissemos há um minuto.

2. Silêncio. O silêncio também pode ser usado como uma tática de abuso emocional. Na verdade, a indiferença associada ao silêncio causa profundas feridas emocionais porque não só aumenta o nível de ansiedade da vítima, mas também prejudica profundamente sua autoestima e causa enorme insegurança.

O agressor usa o silêncio para punir a vítima, simplesmente não responde, é frio e distante. Dessa forma, ele estica a corda ao máximo, até que a outra pessoa não aguente mais e acabe se desculpando por algo que não fez. Assim, o agressor atinge seu objetivo: dominar e manipular brincando com as emoções. 

3. Projeção. Basicamente, é um mecanismo de defesa pelo qual atribuímos aos outros desejos e sentimentos que são nossos, mas que não reconhecemos como nossos, porque desequilibrariam a imagem que temos de nós mesmos. Assim, ao projetá-los nos outros, nos sentimos aliviados.

No abuso emocional, o que a pessoa faz é projetar suas próprias inseguranças, medos e problemas na vítima. Portanto, ele acusará a outra pessoa de mentir, quando na realidade é ela quem está mentindo, ou irá acusá-la de ser infiel, quando na verdade é ela quem trai. Na prática, trata-se de descarregar sua responsabilidade sobre o outro, de criar confusão e mudar sua autoimagem, desenhando-a à sua imagem e semelhança. 

4. Bullying encoberto. A pessoa que recorre a táticas de abuso emocional não costuma usar de agressividade e violência, pelo menos não de forma óbvia, pois o objetivo principal é manipular a vítima sem prejudicar sua imagem. Por esse motivo, em muitos casos, eles costumam recorrer à intimidação encoberta.

É fácil perceber porque seu discurso está crivado de ameaças indiretas, que estão implícitas em suas palavras. Desse modo, deixa claro para a vítima quais seriam as consequências de seus atos e, aliás, aponta que a responsabilidade é unicamente sua, lava as mãos. Por exemplo, você pode dizer: "Eu entendo que você não faz nada, mas isso vai acabar com o nosso relacionamento" ou "se você não investir agora, perderá todo o seu dinheiro".

5. Vitimismo. Quando todas as táticas acima falham, o agressor freqüentemente se transforma em vítima. Na prática, ele descarrega sua responsabilidade sobre o outro, fazendo-se passar por vítima da situação. Na verdade, é até comum que acabemos sentindo pena e mal-estar de nosso comportamento, quando na verdade não fizemos nada de errado.

Dessa forma, o agressor gera um sentimento de culpa que mantém a vítima presa em sua teia de aranha. A empatia nos faz cair em suas redes e, ao nos tornarmos o "bandido", é mais provável que cedamos às suas exigências. Assim, ele nos manipula sem que tenhamos consciência disso. Frases típicas desse tipo de manipulação emocional são: "com tudo que fiz por você e é assim que você me paga" ou "Eu me sacrifiquei por você e você não considera isso".

Pós-escrito: Lembre-se de que a manipulação emocional é um jogo muito perigoso, onde sempre há alguém que se machuca. Portanto, assim que você notar qualquer uma dessas táticas, ponha um freio nelas. Da mesma forma, considere que às vezes somos nós que usamos inconscientemente uma dessas estratégias, talvez porque tenhamos medo de perder a pessoa que amamos ou porque não temos argumentos suficientes. Nesse caso, faça um exame de consciência porque a manipulação nunca é a melhor alternativa.

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